segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Contexto Histórico - Modernismo - REVISÃO

Para entender o movimento literário e o desejo de renovação dos autores modernistas, é necessário que se conheça a história da época. Leia com atenção, faça um resumo e leve para a sala.(manuscrito ou digitado)para o dia 28 de agosto.

Contexto histórico

O Modernismo nasceu em uma época de total renovação mundial. Assim como algumas mudanças deram origem ao Romantismo e inauguraram o mundo burguês, a Modernidade teve como uma de suas grandes marcas a negação desse mundo idealizado. Período violento, o início do século XX foi marcado por guerras e movimentos revolucionários que buscaram mostrar a outra face do mundo burguês e do capitalismo: a luta desenfreada por lucro e por mercado, bem como pela efetivação de utopias.
Dos fatos mais marcantes que ocorreram no início do século XX, dois se destacam: a Primeira Guerra Mundial (19141918) e a Revolução Russa (1917). Desde a última guerra de porte ocorrida no século XIX, a Guerra Franco Prussiana (1871), a Europa vivia uma relativa paz. Essa guerra serviu para a consolidação da Prússia sobre os demais estados germânicos, dando origem à Alemanha.
Surgindo tardiamente enquanto estado, mas possuindo um povo já com relativa unidade, esse país foi palco das primeiras manifestações modernas na arte. Juntamente com os simbolistas franceses e os dândis ingleses, os alemães formaram a corrente que norteou a arte do século XX.
Dessas experiências, tiveram destaque as divulgadas pelos simbolistas enquanto uma nova arte, de caráter pessoal e incomunicável, por ser a base da própria existência de cada ser. Nela, a vida era justificada somente com base em uma experiência estética entre o ser e o mundo, que acabava resultando em uma fusão entre o interno e o externo, isto é, nem um nem outro poderiam ser explicados separadamente.
Dos movimentos de vanguarda, vale ressaltar:
Expressionismo:
teve como ponto central a incorporação do externo pela visão do sujeito. Na pintura, deformações, distorções, jogo de luzes e cores eram algumas das características.
Dadaísmo:
talvez tenha sido o mais radical movimento de vanguarda. Sua proposta era desestruturar o mundo todo, criando um ambiente provisório e instável no qual nada mais podia ser dado como certo ou verdadeiro. Toda a vida deveria ser reduzida à arte e por ela ser gerida.
Cubismo:
a tentativa de se constituir na obra de arte o próprio mundo como um todo
(e não mais uma mera reprodução parcial) criou como característica uma expansão dos
limites da arte, que não ficava mais reclusa ao espaço a ela destinado. Assim como a pintura, buscou a tridimensionalidade, mas não mais pela construção de uma sensação de profundidade, e, sim, por assumir-se bidimensional e, em vez de imitar a profundidade, construir a realidade total (tridimensional), decompondo-a em formas elementares (geométricas).
Surrealismo:
a busca de um local onírico, marcado pela diluição do mundo no inconsciente, especialmente no sonho, teve como resultado a construção de mundos estranhos aos padrões convencionalmente aceitos de realidade.
Futurismo: 
pela marca da velocidade e do progresso, que caminha em direção à destruição do passado, e pela construção de belezas (estética) marcada pelas novidades do mundo moderno, o Futurismo acabou sendo uma corrente artística que nega a história e glorifica a tecnologia. Das vanguardas artísticas europeias, é a que mais se engaja politicamente, uma vez que, em pouco tempo, seus participantes acabaram seguindo dois caminhos: ou negavam seu próprio caráter futurista ou uniam-se ao fascismo.
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A Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914 e que serviu de palco para todas essas manifestações, foi causada pela vontade expansionista dos alemães, que buscavam uma nova divisão de forças internacionais entre as potências econômicas capitalistas. O choque entre os interesses alemães, de um lado, e franceses e ingleses, de outro, acabou levando para dentro da Europa as disputas de mercado que já vinham ocorrendo nas colônias. O resultado dessa guerra foi uma catástrofe humana, com milhões de mortos, entre eles militares e civis, dos dois lados.
Pouco depois de ter iniciado a Primeira Guerra, estourava, na Rússia, uma revolução (1917), que ficou conhecida como Revolução Russa e foi a primeira tentativa de construção de uma utopia não-capitalista em uma sociedade moderna. Participante da guerra, lutando contra o estado alemão, a Rússia tinha boa parte de sua população vivendo na miséria. Essa situação de carência absoluta levou a população a se revoltar contra o governo e, organizada pelos bolcheviques, acabou por derrubar o czar e instalar um governo provisório. Entretanto, esse governo não retirou o país da guerra, promovendo uma nova revolta, que, em outubro daquele ano, levou à instalação do primeiro governo socialista do Mundo Moderno.
Com o fim da Primeira Guerra na Europa (1918), a divisão do poder internacional e do mercado ficou bem diferente do que estava menos de meia década antes. Mesmo assim, o desejo alemão de conquista de espaços de influência não se concretizou. O que ocorreu foi uma perda generalizada do poder da Europa para uma nova nação, que passou a assumir o papel principal na política e na economia mundiais: os EUA. Essa florescente nação americana acabou financiando a reconstrução da Europa no período pós guerra.
Essa reconstrução, inicialmente, gerou um movimento de crescimento intenso na economia dos EUA. Entretanto, assim que ela foi chegando ao final, e os países europeus começaram a desenvolver uma maior autonomia em relação a indústrias e capital americanos, bem como quanto a sua economia, um excedente de produção muito grande passou a ser registrado, ano após ano, em território americano. Sem controle, as empresas continuaram a multiplicar seu capital, especialmente no mercado financeiro, mas sem que o consumo de produtos acompanhasse esse crescimento. Isso gerou, em 1929, uma grave crise, em que boa parte delas faliu, e foi necessária a intervenção do
governo. Essa crise ficou conhecida como a Quebra da Bolsa de Nova Iorque. A intervenção do governo americano para solucioná-la acabou, definitivamente, com o modo de se praticar o liberalismo vindo do século XIX (e as conseqüências mais diretas foram a guerra na Europa e a recessão nos EUA).
Nas regiões centrais, atingidas pela guerra e recessão, as pessoas passaram a encarar a vida de outra forma. As vozes de progresso ficaram emudecidas, e, a passos largos, começaram a caminhar para uma individualização cada vez maior ou então a buscar um bem estar comum, como no caso da construção de países socialistas.
Na arte, esse contexto produziu dois tipos principais de estética: de um lado, uma arte engajada, preocupada com as questões sociais e que se posicionou, quase sempre, em defesa da revolução e da destruição do modelo capitalista de sociedade; de outro, uma arte com um nítido caráter hermético, que caminhou para a abstração e procurou separar-se da multidão.
Nessas vertentes, fica claro que o irracionalismo foi um dos pilares da visão artística da sociedade e do mundo no século XX. Ele expressa a falta de sentido de um mundo que, ao defender o progresso e a liberdade, como resultado consegue a guerra, a morte e a destruição.
Esse estado de recessão e desânimo, aliado a um sentimento cada vez maior de nacionalismo, acabou gerando, nos anos de 1930, governos totalitários e que rejeitavam o estrangeiro (xenófobos).
Os dois maiores representantes dessa atitude política foram o fascismo italiano e o nazismo alemão.
Em outros países da Europa, como Portugal e Espanha, e em países latino americanos, como o Brasil, esse tipo de governo acabou sendo uma alternativa para o desenvolvimento e a consolidação de identidades nacionais. Entretanto, se, por um lado, representaram a reestruturação das economias abaladas pela guerra e recessão, por outro, foram marcados pela intolerância, pela perseguição a minorias e pela censura. Em contraposição a esse totalitarismo, buscou-se a construção de um organismo internacional e multilateral, chamado de Liga das Nações, que deveria resolver e gerenciar as questões que estivessem colocando em risco a paz mundial.
Mas essa tentativa acabou em fracasso por não conseguir sobrepor-se a acordos bilaterais entre países, o que gerou uma divisão profunda entre as nações hegemônicas. A ameaça da expansão do socialismo pela Europa acabou criando um espaço propício para que cada país desenvolvesse instrumentos próprios para evitar que suas elites burguesas fossem questionadas e pudessem manter a estrutura de produção.
A defesa das elites e da produção fez com que as nações se armassem cada vez mais, em uma corrida armamentista que culminou em uma nova guerra por mercados e fontes de matéria prima.
O conflito foi iniciado em 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia com o pretexto de estar incorporando um espaço vital para o seu Estado.
A guerra durou até 1945, quando a Alemanha (e seus aliados — Japão e Itália) foi derrotada. O saldo foi uma nova catástrofe humana, com milhões de pessoas mortas.
Ao final do conflito, tentou-se novamente criar um organismo internacional e multilateral, a Organização das Nações Unidas (ONU); dessa vez com maior sucesso, apesar das limitações que ela viria a enfrentar, especialmente pela ingerência das superpotências que se formaram ao terminar a guerra.

*Texto retirado do Portal Positivo.

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